Em meio a um esforço contínuo de transparência e compromisso com a população, a Trensurb apresenta um balanço das ações e dos investimentos que vêm sendo realizados na recuperação plena da infraestrutura operacional da empresa, pós-enchente do ano passado. Até a conclusão das obras será necessário o investimento total de R$ 342,67 milhões, distribuídos em 126 projetos, que envolvem sistemas de energia, sinalização, drenagem, reformas estruturais e aquisição de equipamentos, máquinas e ferramentas. Deste total, até o momento, 78,5% dos recursos já foram disponibilizados à empresa pelo Governo Federal, com expectativa de que a totalidade seja disponibilizada até 2027.

Os projetos fazem parte de um plano estratégico de recuperação de toda infraestrutura ferroviária duramente impactada pela enchente de maio de 2024. "O que estamos realizando não é apenas uma reconstrução, é uma transformação. Estamos modernizando o sistema metroviário com tecnologia mais robusta e soluções de engenharia que nos preparem melhor para enfrentar futuros desafios climáticos e operacionais”, afirma o diretor-presidente Nazur Garcia.

"Depois da enchente, primeiro, buscamos restabelecer a operação de todos os 43 km e 22 estações, com a finalidade de entregar à população os serviços que a Trensurb sempre prestou, o que fizemos ainda em 2024. Depois, passamos à fase da reconstrução, pois muitos sistemas voltaram a funcionar de forma parcial”, explicou Nazur. O diretor-presidente destaca que, certamente, é a maior reestruturação da história da empresa, com um esforço multisetorial que mobiliza diversas áreas técnicas e contratos estratégicos com foco na retomada da operação plena, na modernização dos sistemas e um impacto direto na confiabilidade e sustentabilidade do sistema metroviário do eixo norte da Região Metropolitana de Porto Alegre.

Cabe ressaltar que, mesmo com as obras em curso, a Trensurb mantém a circulação dos trens atendendo aos seis municípios do eixo: Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Em destaque abaixo, os projetos com maiores investimentos nos principais sistemas da empresa:

Via férrea: renovação de 12 km entre Porto Alegre e Canoas

A obra de renovação da via férrea entre as estações Mercado e Fátima (em Canoas) representa um dos principais investimentos no processo de reconstrução e modernização da empresa. Com valor total de R$ 38,4 milhões, os trabalhos abrangem a renovação total da estrutura e a recuperação da infraestrutura das vias principais e do pátio de estacionamento de trens.

A conclusão das obras está prevista para setembro de 2025. "Isso significa que, em menos de um ano, a Trensurb entregará à população uma via férrea totalmente renovada, com infraestrutura modernizada, maior confiabilidade operacional e mais segurança para os usuários”, pontuou o diretor de Operações, Ernani Fagundes. Com a conclusão das obras da via, também será encerrado o contrato do serviço emergencial de ônibus gratuitos, atualmente em operação após as 20h e aos domingos durante todo o dia entre as estações Mathias Velho (em Canoas) e Mercado, restabelecendo assim a operação plena do metrô ao longo de toda a extensão do trecho afetado.

Com cerca de 60% da obra já concluída, o avanço tem permitido importantes melhorias na operação do sistema, especialmente após as restrições impostas em função dos danos causados pelas enchentes. No trecho entre Mercado e Fátima, que teve a velocidade limitada a 50 km/h por questões de segurança, à medida que as obras avançam, as limitações vão sendo progressivamente retiradas. Os trechos entre as estações Mercado – São Pedro e Farrapos – Aeroporto (ambos em Porto Alegre) já operam na velocidade original de projeto, enquanto os demais trechos serão liberados conforme a conclusão das intervenções.

Energia elétrica de tração: subestações mais modernas e protegidas

Três frentes estão em andamento para reestruturar o sistema de energia elétrica de tração. O maior contrato, de R$ 84,2 milhões, prevê a atualização completa de três das cinco subestações de energia elétrica de tração da Trensurb – Fátima (em Canoas), com conclusão prevista para janeiro de 2026; Farrapos (em Porto Alegre), para junho de 2026; e São Luís (também em Canoas), para novembro de 2026 – e três cabines de seccionamento e paralelismo. Equipamentos estão sendo fabricados na Europa, com visita técnica na República Tcheca para conferência dos equipamentos fabricados, já prevista para o mês de julho.

Outro contrato emergencial, de R$ 1,9 milhão, promove reparos corretivos para reestabelecimento das funções operacionais das subestações e de transformadores, com 57% das obras concluídas e previsão de conclusão já em outubro de 2025. Além disso, o reparo do transformador da Subestação São Luís, danificado após sofrer princípio de incêndio durante a enchente de 2024, prevê um desembolso de R$ 2,1 milhões. Este, com previsão de conclusão no primeiro semestre de 2026.

Segundo o diretor de Operações da Trensurb, Ernani Fagundes, os novos equipamentos serão mais eficientes, preparados para eventos climáticos extremos e compatíveis com o sistema de telecomando da empresa. "Além disso, eles são atualizados tecnologicamente, em relação aos que estavam em operação desde a inauguração da Trensurb”, complementou. A reconstrução das subestações inclui também a elevação dos equipamentos acima da cota de inundação, garantindo que, em caso de uma nova enchente, eles não sejam atingidos e permaneçam protegidos.

Casa de bombas da bacia metroferroviária: sistema de drenagem entra em fase final de obras

Com 60% da obra concluída, a nova casa de bombas da Trensurb, localizada em frente à Igreja dos Navegantes em Porto Alegre, avança para a fase final, com previsão de entrar em operação plena em agosto de 2025. O investimento, até o momento, já consumiu R$ 1,93 milhão, contemplando obra civil em cota elevada, novos geradores, painéis automatizados e sistema de bombeamento capaz de evitar alagamentos que afetam a circulação dos trens. A estrutura contará com quatro novas bombas e a recuperação de outras quatro já existentes. Ao todo, a casa de bombas operará com seis equipamentos em funcionamento – sendo dois deles equipados com sistema triturador de resíduos – e manterá outras duas bombas em regime de reserva técnica, prontas para uso em caso de necessidade. Uma nova subestação de energia elétrica de média tensão associada a casa de bombas também começará a operar no mesmo mês. O valor total da obra é de R$ 3,5 milhões.

Sinalização: recuperação total do sistema de controle para o tráfego ferroviário

A recuperação do sistema de sinalização é também uma das ações complexas do plano. A Trensurb dividiu os serviços por trechos para acelerar a retomada da operação. De Novo Hamburgo a Canoas, a sinalização foi restabelecida ainda em maio de 2024. Entre Canoas e Farrapos (Porto Alegre), os serviços também já foram finalizados. No trecho mais próximo do Centro de Porto Alegre, entre Farrapos e Mercado, a obra segue em execução, com conclusão prevista até outubro de 2025.

Já foram investidos cerca de R$ 16,6 milhões na recuperação do sistema, incluindo aquisição de novos cabos, relés, máquinas de via, painéis de controle e um caminhão rodoferroviário para manutenção. Parte do investimento também é direcionado na proteção contra furtos e reforço da segurança. Após as obras, seguirá monitoramento contínuo para garantir ajustes e manutenção preventiva.

Modernização das estações: mais conforto, acessibilidade e segurança

Estão em andamento as reformas profundas das estações Mercado, Rodoviária, São Pedro e Farrapos (todas em Porto Alegre), com foco em acessibilidade, conforto e segurança. As melhorias incluem requalificação estrutural, acessibilidade, drenagem e reconfiguração de espaços internos e reconstrução de novas subestações de média tensão para todas as quatro estações.

Logo após as águas baixarem, desde junho de 2024, ações emergenciais passaram a ser executadas em várias estações, o que permitiu a reabertura parcial das mesmas. Essas medidas foram viabilizadas com contratos de manutenção contínua, tanto para os sistemas operacionais e predial quanto para escadas rolantes e elevadores, totalizando um investimento de R$ 4,3 milhões. A Trensurb também já iniciou a contratação de uma nova etapa de obras para atender as reformas que ainda faltam, ampliando a cobertura da reestruturação, o valor de investimento é de R$ 3,94 milhões. A conclusão total da reforma das estações está prevista para o primeiro trimestre de 2026.

Aeromóvel: Trensurb discute modelo de investimento para reconstrução e redução de custos

A Trensurb está avançando nas tratativas para o restabelecimento do sistema Aeromóvel, que liga a estação Aeroporto do metrô ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Após os danos causados pela enchente, a empresa trabalha em articulação com o Ministério das Cidades, o Ministério de Portos e Aeroportos e com o apoio da Fraport para definir o melhor formato de investimento necessário à retomada da operação do sistema.

A tecnologia do Aeromóvel é detida pela empresa Aerom, parceira da Trensurb desde a implantação do sistema. Em um primeiro momento, a estimativa de custo para a recuperação da estrutura foi de aproximadamente R$ 38 milhões. No entanto, após avaliações técnicas mais detalhadas, foi possível identificar que parte dos equipamentos poderá ser recuperada, o que permitiu uma redução significativa no valor necessário para a reconstrução: o investimento estimado passou para cerca de R$ 28 milhões.

A previsão é de que, após a formalização da contratação dos serviços, a reconstrução do sistema seja concluída em um prazo de oito a 12 meses.

Duas salas de equipamentos do sistema Aeromóvel foram alagadas durante a enchente, comprometendo equipamentos eletroeletrônicos essenciais à operação. Os ambientes atingidos também compreendem os sistemas de propulsão, controle, comunicação, eletrificação e os geradores – todos danificados pela inundação.

Investimento, modernização e um futuro mais seguro

Todos os pagamentos referentes às obras em curso na Trensurb são realizados conforme a execução atestada pelas equipes técnicas, assegurando transparência e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos.

Para o diretor-presidente, Nazur Garcia, com dezenas de contratos ativos, equipes mobilizadas em diferentes frentes e uma estratégia articulada entre engenharia, operação e gestão, a Trensurb mostra um compromisso sólido com a recuperação integral de sua malha. "Os investimentos já realizados refletem o esforço de reconstrução — mas, mais que restaurar, as obras e aquisições de equipamentos em curso projetam um novo padrão de qualidade para o transporte metropolitano”, ressaltou.

Em um momento em que a empresa celebra seus 40 anos de operação comercial, as ações em andamento simbolizam também um marco na ressignificação da empresa. "Com a conclusão de todas as obras, estaremos mais modernos, resilientes e fortes para enfrentar os desafios do novo normal climático, assegurando um serviço ainda mais seguro e eficiente para a população”, acrescentou Nazur.

Essa renovação é essencial para garantir a plena recuperação da qualidade do serviço prestado, reforçando o compromisso da Trensurb com a eficiência, a mobilidade e o futuro do transporte público na Região Metropolitana de Porto Alegre.